Prefeito de Fartura do Piauí não realiza concurso e Ministério Público aciona Justiça
A denúncia foi protocolada pela promotora de Justiça Gabriela Almeida de Santana.O Ministério Público do Piauí (MPPI) ajuizou ação civil pública, com pedido de tutela de urgência, em face da Prefeitura de Fatura do Piauí, istrada por Orlando Costa (PT), requerendo a realização de concurso público para provimento de cargos efetivos. O gestor deve iniciar, em até três meses, licitação para contratar empresa organizadora do certame. A denúncia foi protocolada pela promotora de Justiça Gabriela Almeida de Santana.
A ação foi movida pela 2ª Promotoria de Justiça de São Raimundo Nonato, diante da constatação de reiteradas contratações temporárias para funções permanentes. Um inquérito civil apurou que, entre 2017 e 2019, dezenas de servidores temporários foram contratados com vínculos precários, sendo identificadas sucessivas renovações contratuais.
Conforme a promotora, a prática descumpre as exigências constitucionais, pois a Constituição Federal, no artigo 37, estabelece que a regra geral para o provimento de cargos e empregos públicos é a aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos.
A atual estrutura istrativa da prefeitura, segundo dados do Tribunal de Contas do Piauí (TCE-PI) referente ao ano de 2025, é formada por 176 servidores efetivos, 137 contratados temporariamente e 61 cargos comissionados.
Foram realizadas diversas tentativas de resolver o problema de forma extrajudicial, através do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas a gestão recursou à e as contratações precárias permaneceram.
A representante do órgão ministerial destacou que o objetivo da ação é garantir a regularização do quadro de pessoal da istração pública.
“A medida visa restabelecer a ordem jurídica violada e garantir que o ingresso no serviço público municipal se dê com base nos princípios constitucionais da legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência. A contratação precária e sucessiva, como vem sendo praticada, é inconstitucional e compromete a qualidade do serviço público”, afirmou.
Dos pedidos
Na ação, o Ministério Público requer que o município conclua o processo seletivo simplificado para as funções temporárias ainda não contempladas, no prazo de 120 dias. Além disso, pediu também que o edital do novo concurso seja publicado no prazo máximo de quatro meses e homologado em até um ano.
O prefeito também deve se abster de realizar novas contratações irregulares e exonere os contratados temporários ilegais, substituindo-os por servidores regularmente aprovados.
Outro lado
O Viagora procurou o prefeito de Fartura do Piauí, Orlando Costa, para falar sobre o assunto, mas até o fechamento da matéria não atendeu as ligações e não respondeu aos questionamentos encaminhados via WhatsApp.